A Menina que Desceu do Ônibus
- Sandy Matos
- 29 de jan. de 2019
- 1 min de leitura
Da janela do ônibus ela olha. Vê a vida que passa por ela, ou é ela que pela vida passa? Está tudo em movimento, correndo, ou é ela que se movimenta?
Sentada, encostada na janela ela pensa na vida dela. Pensa no que já passou, no pouco que ficou, no muito que aprendeu. Pensa no futuro dela. No muito que sonhou, no tempo que aguardou e na esperança que não cessa.
Sentada, encostada na janela, ela analisa o seu presente, o muito que conquistou, a dor que ainda sente e a certeza que pressente de que ainda não acabou.

Vai levada, encostada na janela, em movimento que não move, em balanço que não balança, em ritmo que não avança.
Encostada na janela, ela não é ela. Carregada por outros meios, levada ao sabor do vento ela vê passar o tempo enquanto apenas olha.
Decide, então, sair da janela, mover-se com as próprias pernas e seguir andando. Percebeu que caminhar sozinha é mais lento, porém leva a lugares mais distantes do que correr carregada nos braços de outros.
Por isso, desceu do ônibus. Agora, ela caminha com as próprias forças. E, no lugar dela, que se sente outro que só observa. Ela, agora, quer ser vista da janela.
Tome a direção do ônibus de sua vida. Ou vá andando, mas não se acomode em apenas olhar da janela,
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