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O Fusquinha

Quando eu era uma adolescente sonhadora queria ter um fusquinha cor-de-rosa. Ele seria lindo, cheio de ursinhos de pelúcia no banco de trás. Eu seria uma espécie de Penélope Charmosa, rsrsrs.

O sonho não se tornou realidade, que peninha.

 Nesta mesma época gostava de escrever em diários, relatando as aventuras e peripécias de meu dia. Então, daí a ideia de um blog com este título. Realizo o sonho do fusquinha, sqn, rsrsrs e continuo a escrever sobre minhas aventuras e peripécias. Faço-o de uma forma poética e, por vezes, romântica. E, às vezes, nem poética, nem romântica, rsrsrs. Este é um blog bem simples. Tem um pouco de tudo o que me faz feliz e também do que me faz chorar.

Espero que minhas palavras, de alguma forma, toquem o seu coração.

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É Bem Assim

Se você acha que as pessoas estão rindo de você é porque você se considera risível. Se você imagina que estão falando mal é porque você se acha criticável.

A interpretação que fazemos do olhar do outro sobre nós é baseada na percepção que temos de nós mesmos. Antes de querer mudar a opinião dos outros a seu respeito, mude a forma como você se vê.

Melancólico

A Mulher na Gaiola

  • Foto do escritor: Sandy Matos
    Sandy Matos
  • 14 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de mar. de 2019

A gaiola era linda. Acolchoada, acarpetada e pintada de ouro. Alimentos finos, água em abundância e a promessa de um tratamento de excelência. E ela aceitou a proposta. Deixou-se levar. Laços de seda prendendo seus pulsos. Diamante bruto acorrentado aos seus pés. E, com passos curtos, ela foi conduzida àquela que seria sua nova moradia.

Uma cama confortável esperava por ela e no alto, uma janela lhe proporcionava uma esplêndida visão daquele que, outrora, fora seu mundo. Prometeram-lhe presentes. Mimos caros, envoltos em papel de seda, laço e perfume. Foi lhe feita a promessa de dias repletos de novidades, onde uma surpresa sempre seria oferecida. Uma almofada fofa, uma vela perfumada e lençóis cheirando a jasmim. Viver desta forma seria um luxo.

E assim se tornaram seus dias. Dez metros quadrados de pura beleza, conforto e prazer. Ele vinha quase todos os dias com presentes e, às vezes, até se demorava um pouquinho. Nossa! Como se sentia feliz em sua gaiola dourada.

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Mas, passado algum tempo, ela sentiu saudades. Lembrou-se do cenário minimamente apresentado por sua janela. Que vontade de passear lá fora. Que vontade de ser ela! E, olhando aquele espaço pequeno, achou-o apertado. Que vontade de correr descalça na grama. D e gritar a plenos pulmões. De gargalhar com estardalhaço. Mas, não havia abertura em sua gaiola. Oh! Como não percebeu? Como se deixou enganar desta maneira?

Um dia, revoltada, começou a gritar. Exigiu liberdade. Ninguém tinha o direito de privá-la. Ninguém poderia tolhê-la! Mas os ouvidos que a ouviam fizeram-se surdos. Os lábios que antes falavam fizeram-se mudos. E, atordoada, percebeu que só havia silêncio.

Em alguns dias acabou-se a fartura. A comida agora era rara e as almofadas antes tão macias agora eram duras. A luz da vela a muito se apagara e a noite sombria descia com muita rapidez sobre sua gaiola solitária.

Por que? Por que? Perguntava ela. O que fiz para merecer um tratamento tão ignóbil? Responda-me, por favor. Já não achas que me bastam as trevas de minha gaiola, queres também oferecer-me a escuridão da ignorância? Eu exijo saber! Porém, quanto mais perguntas ela fazia menos dignidade lhe era oferecida.

Um dia, aturdida e assustada ficou calada. Nenhum som foi ouvido de sua garganta ressequida. E, sem forças, decidiu permanecer deitada. Ao findar as horas do dia percebeu que havia uma caixa a esperar por ela. Uma caixa de presente. Um banquete e um perfume. E, animada, fartou-se. Tão logo lhe voltaram as forças recomeçou os seu pedidos. Contudo, uma vez mais encontrou apenas os ecos da própria voz. E ao abrir os olhos no outro dia percebeu que lhe faltava água. Garganta seca, chorou um pouco para sorver as próprias lágrimas.

Alguns dias depois, de ausência, silêncio e descaso, onde já conformada não reclamava mais, encontrou outra caixa. Mais presentes especiais. Usufruiu de sua sorte. Mas, agora esperta, continuou calada. Sem voz. E com esta decisão confirmada viu que não lhe faltava tanto assim. Passou a ser alimentada em horários regulares e a vela tão necessária voltou a queimar. Tinha pão, luz e água. O que poderia pedir mais? Por que exigir mais? Quem disse que ela tinha esse direito?

E, assim, passaram-se os anos. Calada, aceitando o pouco que recebia, sem reclamar e sem fazer exigências percebeu que poderia sobreviver. Já nem se lembrava dos dias de sua existência liberta, quando pelos campos corria numa liberdade completa. Corpo solto e alma desprendida. Esqueceu-se de seus diretos, mas não se desligava de suas obrigações. Era a perfeita mulher presa na cela.

Um dia, ao abrir os olhos depois de uma noite de sono agitado, percebeu que havia uma abertura em sua gaiola. Um espaço do tamanho de seu corpo. Experimentou passar por ele. Passou. Viu-se livre. Mas, aos olhar o horizonte, os campos e tudo o que esperava por ela, voltou. Voltou e trancou-se na gaiola para nunca mais sair.

Ela poderia sair da prisão. Mas, agora, a prisão não queria sair dela. Viu que poderia libertar-se da gaiola, mas as algemas e a cadeia já faziam parte dela!


Fuja! Fuja das cadeias emocionais que querem te aprisionar em celas solitárias. Não se deixe acorrentar por amarras invisíveis, que se apresentam através de relacionamentos abusivos e manipuladores. Você é livre. Sua liberdade já foi comprada há muito tempo a preço de sangue, a preço de cruz. Não se deixe escravizar novamente!

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"O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto
e te dê paz. 

Números 6:24-26

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