Ela é Bela
- Sandy Matos
- 25 de fev. de 2019
- 1 min de leitura
Mas é de beleza oculta que estou falando!
Chamaram-lhe linda. Como assim, se a sua verdadeira beleza é negada aos olhos simples? Bonita até onde o olhar alcança?
Ela é bela na profundidade inexpugnável, onde apenas os destemidos conseguem se aventurar.
Beleza singela, desprovida de aparatos, tratos e pinturas. Beleza pura, ternura que se esconde no sorriso da alma, pois os lábios que se curvam nem sempre estão a sorrir. Mas, quem pode penetrar neste mundo interno, onde o verdadeiro belo se oculta? Palavras, curtas, elogios fugazes, não encontram nela um abrigo permanente. Tão somente quando sua essência é tocada é que a pessoa é abrigada em seu canto mais secreto. Apenas os grandes gestos, que se mensuram pela sensibilidade que provocam, encontram guarida dentro dela.
Sim, ela é bela. Mas, é beleza que se sente, beleza que se toca. E a ela pouco importa se é perfeita ou simétrica, pois sua métrica é que define o que realmente é belo.
Talvez lhe faltem olhos bonitos! Talvez, lhe faltem lábios perfeitos. Mas, em seus defeitos é que ela se completa. Não são nos olhos, é no olhar. Nem nos lábios, é no sorrir que há perfeita maquiagem. Formosura que desenha o rosto e deixa absorto o que procura beleza fora dela. Visto que, é nela, nas entranhas e no intrínseco que o bonito se revela.
Chamam-lhe linda. Contudo, linda é sua alma. Que imperfeita como seja, dificilmente pode ser tocada.

Comentários